9 de mar. de 2010

Diário de um hacker, se a carapuça lhe servir?


Sinceramente, a cada dia ando mais decepcionado. 

É verdade. 

Uma decepção ideológica que me consome a bastante tempo,desde o dia em que ingressei na internet.
Parafraseando um professor de filosofia, ele afirmava: 

"somos uns privilegiados em fazer parte de uma nata intelectual."

Onde estão eles?
Mas até agora, ando meio perdido, e pensando profundamente: 

Meu deus, o que significa ser um hacker intelectual?

Eu imaginava que estudar em uma universidade era algo importante, de cumprir algum papel na sociedade, reconstruir o saber pensado para um futuro aberto. Ou então, discutir idéias para manifestações sociais e fazer valer transformações. 

Quem sabe, rupturas, coalizões. Sei lá. Ser encarregado de uma missão sublime e enaltecedora.

Ainda numa visão, imaginava uma equipe mais integra de hackers pensantes e de uma visão mais racional e menos óbvia. 

Digamos que possuíssem uma indignação profunda com a educação bancária que ainda infelizmente se faz presente e passa despercebido, até mesmo na própria faculdade de hackers, diante dos olhos de uma legião de otários.

Mas pura ilusão. 

Vejo que ser intelectual é correr atrás de nota, ficar questionando valores de avaliações, ou então, como diz Stephen Kanitz: ”ficar na teoria, avacalhado numa redoma de vidro”. 

Escrever nada com nada, fazer inimizades com colegas por causa de trabalhos mesquinhos, se achar o mais idiota da turma por ter tirado uma nota mais alta do que a dos outros. 

Ser intelectual é estar preso a uma loucura endêmica de obrigações burocráticas, prazos estabelecidos por contratantes. Um dia, sem querer, deixei de entregar um trabalho e um contratante me ameaçou: "olha você vai ficar sem saldo" e aquilo tudo me soou como uma tragicomédia, digamos que um regresso aos tempos de ensino infantil.

E ainda há aqueles intelectuais que adoram desbravar-se diante do obvio, nas explicações. 

É isso mesmo!

Ainda estamos interpretando as coisas como no tempo de escola, em que o professor fala e as “ovelhas” repetem tudo o que esta sendo passado. 

E parece que essa ‘supremacia-truísta’ os torna superior diante da turma e faz estufar os peitos e dizer: sou o mais “inteligente” mesmo que timidamente. Ou então, serve para ser apontado pelos outros como o mais “queridinho”. 

As vezes penso: será que eu estou no lugar certo?

Honestamente, quem anda atrás, ou vive no mundo dessa forma, só tem dois motivos para estar assim: ou deve ser muito imbecil, ou deve estar com algum problema no que se refere a auto-estima. Só pode. 

Fico a imaginar, certamente anda com problemas no trabalho ou em casa, e dá um duro estudando para ver se sobressai em algo.

Sinto a ignorância e a boçalidade, nessa nova Era, em que se diz que a sociedade terá oportunidade de galgar vários títulos acadêmicos.

Diário de hacker (Desabafo)
Autor: Impérius Hacker

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